segunda-feira, 3 de dezembro de 2012

Um mundo a seus pés

Os tapetes surgiram no Oriente como grandes quadros para enfeitar o chão. Feitos também para pisar, sentar e dormir, tinham um lugar de honra na casa. Não havia móveis, e esta peça era praticamente a única decoração. Notáveis pela beleza – tantas vezes histórica – e pelo toque, eles valem por uma passagem pelo tempo e pelo prazer. Deixe-se levar. 
 
TAPETES PERSAS 
 
Povos antigos do Irã e Paquistão contavam sua história à medida que teciam. Pelos motivos – símbolos do cotidiano - pela trama e pelo tingimento, um tapete persa ainda hoje vem impregnado na cultura. Para identifica-lo, valem duas regras. Em geral, apresentam um medalhão central ou um campo de desenhos que representem por toda a extensão da peça. A caracteristica mais bela, no entanto, é a variação de tons. “Um autentico persa nunca é uniforme, em função da tecelagem e do tingimento natural (o açafrão, por exemplo, é usado para dar a cor alaranjada)”arquiteta Francesca Alzati, proprietária da empresa ByKamy.
 
 

TAPETES AUBUSSON

Inspirados no que viam no Oriente, os franceses criaram sua versão do tapete persa. O aubusson surgiu na França, na região de mesmo nome.  O Aubusson (pronunncia-se obisson) começou a ser feito para pendurar na parede. Era 100% de seda e muito frágil para ser tocado pelos pés, as flores que o caracterizam são uma representação dos jardins de Versalhes. "Na origem, estes tapetes tinham cores fortes para trazer a exuberância do jardim para dentro dos palácios e romper com o ambiente frio e branco do inverno", conta Francesca Alzati. " Os tons pastel começaram a surgir por volta do século 18, com o enriquecimento da burguesia, que queria ter em casa tudo o que o rei tinha no castelo. Com menos espaço em casa, no entanto, foi necessário suavizar a cor", conta a estudiosa.
 


 TAPETES PERSAS DO NEPAL
Os persas continuaram imponentes hoje. Mas, além do Irã, o Nepal tem aparecido como um dos centros impecáveis dessa arte. "Os nepalenses têm a experiência oriental e estão dispostos a inovar (desde o modo de fiar a lã até o uso de novas matérias-primas, como fibras e urtiga, para dar um resultado mais ou menos rústico). Eles fazem uma versão moderna dos persas. E fazem isso a mão, sem perder a tradição do ponto", entre os novos persas, as figuras podem ser estilizadas, como a do tigre (animal que simboliza elevação).




TAPETES DE NÁILON

Enquanto a riqueza de um persa é que ele nunca fica exatamente igual em toda sua estensão, um de náilon pode ser perfeito justamente pelo oposto. É absolutamente homogêneo. São várias opções de cor e pode-se escolher a altura. A maciez dependerá do material - o náilon 100% é mais gostoso - a da altura. Um carpete para áreas muito grandes não deve passar de 8mm. "Amo todos os tipos de tapete. Uma casa só com náilon vai parecer um hotel. Só com persas, vai parecer um harém. A mistura é mais a nossa culturahoje: miscigenada, cosmopolita" finaliza Francesca.
 

 
Reportagem Revista Bons Fluidos- julho de 2008.

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